Have Fun – Dicas da Semana
Festas/Baladas:
Virada Cultural SP
Shows de graça, ônibus e metrô funcionando a noite inteira, centenas de trações espalhadas pela cidade. Tem programa melhor para o fim de semana? Acreditem, tem sim. A Virada Cultural de São Paulo pode se tornar um grande programa de índio para os desavisados de plantão.
Vamos por partes. Primeiro: muitas pessoas em um único local podem fazer uma grande confusão. O centro da cidade, palco dos maiores e mais disputados shows, é, obviamente, o local que mais atrai pessoas, portanto o centro das maiores confusões.
Segundo: quanto mais coisas você levar para os shows, menos coisas terá para levar para casa depois. Não adianta ser muito otimista em relação a isso, é levar dinheiro, celular e documentos no bolso, ou em uma bolsa bem pequena e colada ao corpo. Ter que se preocupar com roubos não é algo agradável no fim de semana.
Claro que gosto é algo extremamente pessoal, não cabe a nós dizer aqui se a Virada Cultural é ou não uma boa pedida para o fim de semana. O que podemos fazer (e já fizemos) é alertar quanto aos possíveis contratempos que você poderá enfrentar caso queira se arriscar na mais longa e movimentada festa do ano. No mais, confiram AQUI a programação completa. Com as devidas precauções tomadas, 24 horas de diversão te aguardam por aí.
Future Sound of Brasil
Os maiores artistas de Pop Rock e Eletrônico, num único festival, dia 15 de maio. A Future Sound of Brasil reunirá um line-up inédito com os brasileiros que estão fazendo a história da música contemporânea. O slogan? O melhor de todos: Bem vindos ao futuro!
Confira o line up:
Global Live Stage
GUI BORATTO
LIFE IS A LOOP
SWEETMAD (Carlo Dall Anese e Fabio Castro)
COPACABANA CLUB
MIXHELL
THE TWELVES
EX!
NOMUMBAH
• DJ Arena
RENATO COHEN
MARIO FISCHETTI
PAULINHO BOGHOSIAN
BUGA
ASK 2 QUIT
GLOCAL
KLAUSS
RODRIGO FERRARI
• Terraza
ANDERSON NOISE
DJ MARKY
MURPHY
KILLER ON THE DANCEFLOOR
DUBSHAPE
DADA ATTACK
JUNIOR C
ANHANGUERA
TALKING PROPS
Serviço:
Festival: Future Sound of Brasil @ PACHA SP
15 de Maio de 2010 (Sábado)
Horário:
das 22h às 11h
Local:
PACHA SP
Rua Mergenthaler, 829
Vila Leopondina - São Paulo - SP
Informações:
55 (11) 2189-3700
Cinema
“As Melhores Coisas do Mundo”
Por: Kid Santeiro
"As Melhores Coisas do Mundo", filme de Laís Bodanzky, bem que poderia chamar-se "as piores coisas do mundo", não fosse o autor da presente crítica menos simplista do que o roteiro de Luiz Bolognesi, inspirado na obra "Mano", uma série de livros escritos por Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto.
Do começo ao fim o filme é uma coleção de clichês sobre a adolescência, e não sobre qualquer adolescência, mas a das classes sociais mais elevadas de um país ocidental de terceiro mundo. Sim, a especificidade é gritante, embora o que pareça é que essa espécie de transposição para a grande tela do seriado global "Malhação" tente a todo momento contruir um arquétipo universal da juventude, quiçá até de toda a humanidade, pretensão comumente encontrada nas produções literais de Glberto Dimenstein.
Mano, protagonizado por Francisco Miguez, nada mais é do que o clássico personagem inocente que diante das "agruras" da vida passa a enxergar as "verdades" sobre a existência. Seja encarando as supostas dificuldades de uma separação familiar, tentando lidar com a "bombástica" homossexualidade de seu pai, ou buscando compreender as relações afetivas com o sexo oposto, Mano vai moldando seu comportamento baseado sempre em conclusões óbvias, digna de um adolescente diametralmente oposto ao perfil que tentam lhe impor. Se cada fala de um filme é uma escolha de seus realizadores para expressar, até certo ponto, suas visões de mundo, a escolha no caso foi desenhar personagens planos, rasos, lineares, fáceis, palatáveis.
Não que a pretensão já citada de Dimenstein contamine a tela com o intuito de tornar-se uma referência cinematográfica pela densidade do texto, já que pela exploração técnica da sétima arte isso sequer insinue-se. O filme não é um "As Cinzas de Ângela", um retrato mais complexo, universal e poético da juventude, ou um "Ken Park", um tapa na cara inevitável de quem vê a vida com a mesma inocência (ou conveniência) de Dimenstein, Mano e Bodansky. O filme é, sobretudo, mais uma forma de sedimentar conceitos cada vez menos sustentáveis na modernidade líquida de Bauman, um caça níqueis que explora as "verdades universais" como o produto rentável que é.
Preconceituoso, machista, dogmático seriam muitas das características evidentes no filme não fosse sua embalagem "Sessão da Tarde". Todas as contradições da produção escondem-se numa história "fofa", com o típico final feliz: o surgimento do amor e a solução dos problemas. Ninguém parece notar que os heróis do filme julgam e condenam pessoas que no entender deles julgam e condenam os outros. Mano chega a indiretamente entregar seu suposto melhor amigo para não arcar com as consequências de uma falsa acusação. A famosa postura reativa personificada, daquele que em vez de recolher o papel jogado no chão para "limpar a bagunça" quer a caveira de quem o jogou, é a dominante no rolar da história. O problema são os outros, sempre.
As atuações são razoáveis, não comprometem nem arrancam do fundo da cartola uma redenção para a fragilidade da construção da idéia central. Não há brilho na arte e na fotografia, não há monotonia nem climax. Há um roteiro construído para a diversão familiar, para o cinéfilo do entretenimento, para o consumidor mais ávido por pipocas e refrigerantes do que por um análise complexa da temática. Um filme que não só assassina o glamour conceitual de sexo, drogas e rock and roll - o que seria ótimo não fosse a maneira como o fazem -, mas que o ressucita em tons Poliana. Uma produção cultural à altura da capacidade crítica de seu público alvo.