Have Fun – E mais uma sexta-feira dá as caras
E mais uma vez nós chegamos à tão sonhada sexta-feira. A semana, que foi mais curta por conta do feriado, pode não ter sido tão cansativa, mas com certeza você ainda deseja (e merece) mais um descanso. Vamos então às dicas da semana. Para quem quer pegar um cineminha, nossa sugestão não podia ser diferente, escolhemos “Alice no País das Maravilhas”. O longa, que virou febre antes mesmo da estréia, finalmente chegou aos cinemas brasileiros. Será que ele é tão bom assim? Para quem deseja um programa ainda mais sossegado, a exposição "Outros Planos: Brasílias", que comemora o aniversário da capital do nosso país. Para finalizar, como não podia deixar de ser, uma sugestão para os baladeiros de plantão: Bar e Restaurante Pé de Manga. É isso aí, meninas, aproveitem bem, nos vemos novamente na segunda-feira.
Exposição – “Outros Planos: Brasilia”
Fonte: Arqbanca
A exposição “Outros Planos: Brasílias” reúne no Museu da Casa Brasileira, entre os dias 21 de abril a 16 de maio, os sete projetos finalistas do concurso para o Plano Piloto da então nova capital do Brasil, realizado em 1957.
Com apoio da AsBea, curadoria do arquiteto Eduardo Della Manna, pesquisa de Jeferson Tavares, e projeto expográfico de Fernando Brandão, a exposição traz, em maquetes e desenhos, as várias soluções urbanísticas, premiadas e ainda pouco conhecidas, e que tiveram um único objetivo: propor uma cidade ideal como capital do país. Haverá, também, um conjunto de vitrines com um pouco da memória em torno da inauguração de Brasília.
Serão apresentadas, em detalhes, as possíveis Brasílias em que pedestres caminhariam em esteiras rolantes ou onde gigantescos edifícios substituiriam os bairros atuais. “Hoje, sabemos da existência de mais de 30 planos para Brasília”, diz Eduardo Della Manna. “Esse conjunto de propostas carrega uma diversidade de soluções urbanísticas, algumas tradicionais, outras inovadoras, ainda pouco conhecidas”, conclui.
Na mostra, haverá painéis com imagens e textos que sintetizam cada uma das sete propostas premiadas, além dos comentários do júri, precedidos de uma breve contextualização do período e de fatos antecedentes ao concurso de 1957. O concurso do Plano Piloto era uma disputa de ideias, não de detalhes. De alguma forma, isso será revivido nesta exposição.
Haverá, também, vitrines com um pouco da memória em torno da inauguração de Brasília. São objetos que surgiram logo após a construção da nova capital, com referência aos ícones arquitetônicos da cidade. As peças, que pertencem ao Acervo Sérgio Campos/Artemobilia, revelam o espírito de empolgação daquele momento de afirmação de desenvolvimento e identidade nacional (plano de metas e início da indústria automobilística no país). Os objetos apresentados, com curadoria do designer Victor Nosek, criam um diálogo com a memória do cotidiano.
O arquiteto Jeferson Tavares, responsável pela pesquisa dos projetos, diz que a seleção permite uma percepção das decisões do júri, e afirma: “A mostra é um olhar sobre a realidade urbana brasileira da primeira metade do século XX, cujas soluções, esquecidas ou ignoradas, ainda podem nos ensinar através de erros e acertos”.
No dia 27 de abril, a partir das 19h30, haverá o debate “Outros planos: Brasílias. Como seriam as outras brasílias?”, com Eduardo Della Manna como moderador, e participação dos arqs Jorge Wilheim, Pedro Paulo de Melo Saraiva, Marcio Roberto e Jeferson Tavares.
No dia 11, é a vez do arq Marcio Mazza moderar o debate “Brasílias: Reflexão e Crítica”, com participação dos arqs Jeferson Tavares, Sylvia Ficher, Milton Braga e Fernando Serapião. Após o debate haverá o lançamento do livro “O Concurso de Brasília – Sete Projetos para uma capital”, de Milton Braga, publicado pela Cosac Naify com apresentação e edição de Guilherme Wisnik, ensaio fotográfico de Nelson Kon.
Serviço:
- De 21 de abril a 16 de maio.
- Debates: 27 de abril e 11 de maio, às 19h30.
- Ingresso: R$ 4,00. Estudantes: R$ 2,00. Gratuito aos domingos e feriados
- Museu da Casa Brasileira - Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano – São Paulo.
- Tel.: 11.3032.3727.
Crítica: Alice no País das Maravilhas
Fonte: Último Segundo
Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, lembra um desfile de moda (ou melhor, lembra um desfile para quem, como eu, não entende a fundo de moda). Um espetáculo agradável aos olhos, mas frio, mecânico, artificial como os passos dos modelos. Uma sucessão de figuras exóticas com roupas idem, mas que não interagem para formar uma narrativa.
Um dos grandes diretores do cinema contemporâneo, Burton tem essa limitação recorrente na parte mais frágil de sua obra, em trabalhos como A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e Planeta dos Macacos. Existe um esforço tão grande para criar um visual arrebatador, para conceber personagens originais, que parece sobrar pouca energia para construir uma história interessante.
Em Alice, o problema se repete. Burton conseguiu mais uma vez imprimir um olhar original para um universo já conhecido - como já havia feito nos dois primeiros filmes da série Batman ou em A Fantástica Fábrica de Chocolate. Em vez de simplesmente transpor para a tela os livros de Lewis Carroll sobre o personagem, o cineasta imaginou Alice voltando ao país das maravilhas já adulta, para escapar de um pedido de casamento que ela quer recusar.
Ali ela tem sua identidade questionada por seus antigos companheiros de aventuras. Será ela a Alice "verdadeira", a antiga Alice? Se for, então talvez ela seja capaz, com a ajuda do Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), de enfrentar um monstro terrível e tirar o país das maravilhas de um período de trevas, iniciado quando a Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter) tomou o poder da Rainha Branca (Anne Hathaway).
Burton imprime ao filme um tom mais aventureiro do que fantástico, mais O Senhor dos Anéis e menos a Alice da Disney. É um olhar original. Mas isso é apenas um ponto de partida, não é a garantia de um bom filme. Burton montou seus cenários fantásticos, criou seres incríveis para habitá-los. Mas não conseguiu lhes dar vida. Seus personagens se movem desarticuladamente, como marionetes nas mãos do diretor.
Até mesmo Depp, que estabeleceu com Burton uma das parcerias mais frutíferas do cinema atual, está longe de sua habitual excelência. Seu Chapeleiro Maluco é apenas uma soma de trejeitos, uma caricatura exangue. Assim como a Rainha Branca criada por Hathaway. A única que consegue injetar um pouco de vida em seu personagem é Bonham-Carter, mulher de Burton na vida real.
O país das maravilhas de Burton não é aquele delírio lisérgico imaginado por Carroll, mas um universo paralelo criado pela própria Alice para escapar de uma existência conformada e previsível. Como outros filmes do cineasta, Alice é uma apologia da imaginação. Mas, infelizmente, não é um triunfo de imaginação.
Bar/Balada: Pé de Manga
O espaço, que abrigou durante sete anos o Capim Santo, continua com uma bela área ao ar livre, com direito a um pequeno lago artificial com queda d´água e três mangueiras centenárias. Entre as porções do cardápio bem cuidado, há bolinhos de queijo com ervas ou à moda da casa (recheado com carne e queijo cheddar).
Pé de Manga
R. Arapiraca, 152 - Vila Madalena - Oeste. Telefone: 3032-6068.
Aceita os cartões Amex, Diners, MasterCard, Visa. Preço: R$ 6 (cerveja long neck Bohemia).